Números

Lembrar-se-ão os ex-militares que cumpriam sempre mais de três anos de serviço, dois deles na guerra colonial, que muitos se “entretinham” a assinalar cada dia passado, com um risco no cinto, o que “servia” para mostrar aos “maçaricos” (os mais novos) que estavam mais perto da desejada e sonhada disponibilidade.

Hoje assinalando no calendário cada dia que continuamos fechados em casa por causa das circunstâncias a que nos obriga a pandemia designada por Codiv-19 e mesmo os que não se dedicam a estes pormenores não deixam de ser assaltados com os números que nos são dados pela Comunicação Social fortemente divulgada pelas redes sociais.

Não contestamos a informação de como vai evoluindo ou retrocedendo o processo social da pandemia, mas não nos podemos deixar agachar perante o peso responsável de tal informação pois correremos o risco de nos deixar intimidar involuntariamente e com isso corrermos o risco de ficar com medo de pensar quanto mais de estar.

E a força da Informação atingiu uma tal proporção que já se fala em recordes como se de uma competição estivéssemos a tratar pois para além da “competição” entre as várias zonas do País, esquecendo a densidade populacional, também fazemos comparações entre países editando em “caixa alta” o “vencedor”.

E porque – queiramos ou não – esta coisa de números nos atira sempre para os euros, tema que marca residência nos milhões de milhões, eis que os mais privilegiados se apressam a levantar a voz “solicitando” ajuda para que os seus recursos não sejam atingidos pela crise que se está a desenhar e que pelo choradinho que se vai ouvindo, dificilmente conseguimos superar.

Fiquemos atentos e vigilantes para que quem tem a missão de nos governar tenha a sabedoria de nos continuar a proporcionar a vida digna que todos merecemos.

FIO DE PRUMO
Jorge Santos
Jornalista