Tráfego nas pontes 25 de Abril e Vasco da Gama com queda abrupta

Os números da Lusoponte mostram que o mês passado foi o que teve maiores quebras de circulação na 25 de Abril e Vasco da Gama.

Nunca as pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, as principais travessias rodoviárias que ligam Lisboa aos concelhos da margem Sul, tiveram tão pouca utilização como nos meses em que, devido à pandemia de Covid-19, foi restringida a circulação e adotadas medidas que puseram muitos dos habituais utilizadores a trabalhar a partir de casa.

Os números da Lusoponte, a empresa que explora os duas infraestruturas, não deixam margem para dúvidas: na primeira quinzena de maio deste ano apenas passaram pela 25 de Abril 1.102.608 viaturas, ou seja, menos um milhão do que foi contabilizado um ano antes (2.194,778 carros). As estatísticas referem igualmente que também o atravessamento da Vasco da Gama, nos mesmos períodos comparativos, sofreu um enorme decréscimo, com 403.552 veículos agora contra 999.998 no ano passado.

Os números divulgados pela Lusoponte a pedido do Semmais mostram também que a quebra da circulação nas duas pontes é uniforme desde que, em março deste ano, foi declarado o estado de emergência devido à pandemia. Assim, enquanto a 25 de Abril passou de 4.288,059 (em 2019) para 2.847,334 (neste ano), a Vasco da Gama apresentou 2.072,723 veículos no ano passado e 1.302,956 no mesmo mês do ano em curso.

Mas, a pior quebra na circulação rodoviária das duas pontes ocorreu em abril. No mês passado, diz a empresa gestora, passaram pela 25 de Abril apenas1.495,389 viaturas quando no mesmo mês de 2019 haviam transitado 4.076,887 veículos. Esta quebra é igualmente significativa relativamente à Vasco da Gama, que este ano teve um tráfego contabilizado de apenas 651,207 viaturas quando, na mesma ocasião do ano transato, tinha registado 1.965,658 veículos.

Um estudo do Centro de Investigação em Engenharia Civil para a Sustentabilidade, do Instituto Superior Técnico revelou que, em 2019, passaram na 25 de Abril cerca de 143 mil veículos por dia, enquanto que na Vasco da Gama transitaram cerca de 70 mil. O mesmo estudo revela ainda que a maior parte do trânsito nestas duas vias é feito por pessoas que residem na margem Sul do Tejo e que trabalha em Lisboa.