Lauak Setúbal comunica despedimento a 197 trabalhadores

Na base do despedimento coletivo está a quebra de 36% nas previsões de vendas de peças para a indústria aeronáutica, devido à crise no setor da aviação.

A empresa fundamenta a decisão no decurso da crise que o surto epidemiológico de Covid-19 provocou e que “levou a que fossem canceladas várias encomendas de aviões aos principais produtores mundiais, nomeadamente a empresa Boeing e a empresa Airbus, principais clientes do Grupo Lauak”, lê-se na minuta do despedimento coletivo, avança a Renascença.

A empresa sustenta que “já produziu a quase totalidade das peças para os seus clientes até ao final do ano de 2020”. Nos motivos invocados para o despedimento coletivo, nos termos da alínea a) nº2, do artigo 360 do Código do Trabalho, a Lauak faz notar uma quebra na faturação de 36%.

A previsão de venda de peças era de cerca de 39,5 milhões de euros, situando-se agora em pouco mais de 25 milhões de euros, pelo que considera ser “impossível manter a atual estrutura produtiva sob pena de a sociedade vir a ser declarada insolvente”.

Administrativos, engenheiros, técnicos superiores, operadores de chaparia, logística e receção são abrangidos pelo despedimento na Lauak de Setúbal, mas a lista de setores afetados pela decisão é bem mais longa, englobando um total de 20 categorias profissionais e 197 trabalhadores, indicados nominalmente no documento.

Segundo a empresa, os fatores para seleção dos trabalhadores abrangidos pelo despedimento coletivo foram “a avaliação de desempenho no âmbito das avaliações feitas com critérios objetivos e conhecidos pelo trabalhador; a menor habilitação académica ou menor habilitação profissional com menor espírito de iniciativa e capacidade de adaptação a novos desafios; e ainda a menor experiência na função ou menor antiguidade”.

Para os trabalhadores alvo de despedimento a empresa anuncia uma compensação de 12 dias de retribuição base e diuturnidades para cada ano completo de trabalho, no caso dos contratos celebrados depois de 1 de outubro de 2013. Para os contratos anteriores a essa data, as indeminizações têm em conta várias parcelas, consoante o momento em que foram assinados.

O despedimento coletivo na Lauak de Setúbal está em marcha e ocorrerá até ao dia 15 de julho, sendo diferente para cada trabalhador, consoante o período de pré-aviso.