Utentes da Margem Sul do Tejo exigem melhores transportes públicos

Utentes dos Transportes da Margem Sul do Tejo concentram-se quarta-feira em Almada contra a falta de condições nos transportes públicos para evitar o contágio da Covid-19, mas prometem respeitar todas as medidas de contingência.

“Naturalmente que, nesta ação de protesto, não vamos desrespeitar as regras que exigimos que sejam cumpridas nos transportes públicos para evitar a propagação da covid-19”, disse hoje à agência Lusa Marco Sargento.

“Queremos chamar mais uma vez a atenção para alguns problemas que nos preocupam, problemas que, muitos deles, não são novos, como a falta de investimentos no setor dos transportes, mas que são agravados com esta crise de saúde pública provocada pela Covid-19”, disse o representante dos utentes.

Segundo Marco Sargento, “há transportes rodoviários que circulam nas horas de ponta muitas vezes com sobrelotação, problema que já existia antes do mês de março, mas que agora se agravou, e que não permite aos utentes respeitarem a distância física de segurança”.

De acordo com o porta-voz da Comissão de Utentes, também há “sinais muito preocupantes nos comboios da Fertagus”, que fazem a ligação entre Setúbal e Lisboa através da Ponte 25 de Abril, que “nas horas de ponta circulam muitas vezes com pessoas em pé, os bancos todos ocupados, já muito para lá dos dois terços da ocupação”.

Além do que considera ser uma oferta insuficiente dos transportes públicos, designadamente nos transportes rodoviários e ferroviários da margem sul do Tejo, a Comissão de Utentes pretende alertar também para a existência de problemas graves na Transtejo, empresa que assegura as ligações fluviais entre as duas margens do Tejo e que necessita de novas embarcações.

“A Transtejo tem sido esquecida, com sucessivos anúncios de aquisição de novos barcos que teimam em não aparecer”, disse Marco Sargento, lembrando que as embarcações utilizadas pela empresa são antigas, muitas com mais de duas/três décadas, e que também há “problemas estruturais nos cais e nos pontões”.

Marco Sargento referiu ainda a necessidade de se resolverem alguns problemas no Metro Sul do Tejo, designadamente o ruído provocado pelas carruagens.

“Nós temos percebido que há a vontade de melhorar o setor dos transportes, mas é preciso investimento público e uma intervenção adequada da entidade reguladora nas empresas privadas”, concluiu o porta-voz da Comissão de Utentes da Margem Sul do Tejo.