Os trabalhadores da Lisnave Yards – Estaleiro da Mitrena cumprem um dia de greve na próxima quinta-feira devido à falta de respostas da administração ao caderno reivindicativo, anunciou hoje a União de Sindicatos de Setúbal (USS).
“A greve terá início às 00h30 do dia 17 de setembro e termo às 00h30 do dia 18 de setembro”, refere um comunicado da estrutura sindical afeta à CGTP, que acusa a administração da Lisnave Yards de não dar reposta aos trabalhadores.
“Decidiram também marcar greve a todo o trabalho suplementar, mesmo em regime de adaptabilidade, horas que são pagas e não pagas, das 00h30 do dia 17 às 00h30 do dia 20 de setembro 2020”, acrescenta o documento.
De acordo com a nota da USS, entre outras reivindicações, os trabalhadores da Lisnave Yards, reclamam aumentos salariais, o pagamento da remuneração correspondente quando são chamados a exercer funções superiores e o “fim do regime de adaptabilidade”, que dizem ter “muitas horas acima de qualquer outro sistema e da lei”.
Contactado pela agência Lusa, o coordenador da USS, Luís Leitão, disse que a Lisnave Yards é uma empresa do universo da própria Lisnave que integrou trabalhadores da antiga empresa pública Gestnave, no âmbito de um acordo de princípio com o Governo português, em 1999.
A Gestnave tinha sido constituída pelo Estado no âmbito do processo de reestruturação da indústria naval, com o objetivo fornecer mão-de-obra à Lisnave e minimizar os impactes sociais decorrentes da redução de trabalhadores nos estaleiros navais de Setúbal e do encerramento dos estaleiros da Margueira, em Almada.
Luís Leitão referiu, no entanto, que os trabalhadores da Gestnave integrados na Lisnave Yards nunca tiveram o mesmo salário e regalias dos trabalhadores da própria Lisnave, empresa de reparação naval que passou a operar apenas nos estaleiros de Setúbal (antiga Setenave) desde o encerramento dos estaleiros da Margueira, em Almada, no final do ano 2000.