Em algumas sessões só há um ou dois espetadores e as quebras de bilheteira atingem os 80 por cento. FEVIP avisa que estão em causa cerca de 200 postos de trabalho em todo o distrito.
Até ao final do ano pelo menos 24 das 48 salas de cinema do distrito podem fechar as portas. O alerta é da Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais (FEVIP) que chama à atenção para as dificuldades sentidas no setor, onde as quebras de bilheteira atingem os 80 por cento.
Ao Semmais, o diretor geral da FEVIP, Paulo Santos, disse que “caso não existam ações e medidas concertadas, o encerramento de metade das salas de cinema será uma realidade”.
A maioria dos espaços em risco de fechar localiza-se nos centros comerciais, mas até os auditórios municipais têm registado quebras de espetadores elevadas.
Para o responsável da FEVIP “neste momento não importa se falamos de grandes distribuidoras ou salas de cinema mais pequenas. A exibição de um filme tem um custo associado de 2.000 euros e temos sessões onde estão apenas uma ou duas pessoas. Os custos são incomportáveis”.
Paulo Santos disse ainda ao nosso jornal que a situação atual põe em causa “os postos de trabalho de mais de duas centenas de pessoas” em todo o distrito de Setúbal.
“Até dia 30 de setembro a taxa de ocupação estava a subir pouco, ainda assim de modo sustentado, mas lembremos que havia caído 71 por cento. A partir do momento em que os números da Covid-19 começaram a aumentar e saiu a decisão para o confinamento parcial (no distrito apenas Grândola e Santiago do Cacém não estão na lista do Governo) assistimos um decréscimo de 18 por cento”. Números que a juntar à queda que já havia sido verificada, representam uma redução de quase 80 por cento na venda de bilhetes.
Para responder à imposição de encerramento das atividades culturais às 22h30, a “opção foi suprimir as últimas sessões diárias e antecipar horários para as 20h00” o que, para Paulo Santos, “afeta a única sessão que era lucrativa”.
Segundo o Instituto Cinema e Audiovisual, o distrito de Setúbal é o terceiro do país em termos de oferta de cinema, ficando apenas atrás de Lisboa (144 salas) e Porto (90).
