1.
Desde meados de março que entrámos num tempo novo. E este “novo” não é no sentido positivo. É até num sentido destruidor. Muito do que sabíamos deixou de ser necessário. O que é necessário ainda não sabemos. Nada de semelhante temos para nos guiar.
2.
O futuro estreitou-se. É agora uma palavra com 6 letras: vacina. Vamos jogar todas as fichas numa só solução. Ainda bem que é a solução da ciência. Sabendo, no entanto, que nem tudo o que vem da ciência brilha.
3.
A ciência vem agora acompanhada das farmacêuticas. E a reputação não é a melhor. Mas é o que temos. E ter já é alguma coisa. Uma larga parte do mundo vai ter muito pouco.
4.
A vacina sem distribuição e sem logística não é nada. A distribuição e a logística serão asseguradas por quem o pode fazer: a nossa administração pública. Ficaremos a saber o estado do Estado. O SNS não é uma sigla é, como a palavra diz, um serviço. A ideologia não trata de colocar um sistema a funcionar (como o século XX demonstrou). A organização e o compromisso sim.
5.
Discussões estéreis. Polémicas artificiais. Calculismos políticos de curto prazo. Eis, no seu esplendor, o cardápio do que não precisamos.
6.
Precisamos de um futuro. Que não seja apenas uma margem. No entretanto das prestações de amanhã para pagar as dívidas de hoje.
7.
Os financiamentos europeus quando chegarem serão uma preciosa ajuda. Mas pouca ajuda será se nós próprios não tivermos objetivos, iniciativa e motivação.
8.
Já temos um plano. Com objetivos. Foi discutido e criticado. Criticado e discutido. E discutido e criticado outra vez. Chegará então o momento da ação. E esse tem sido o momento crítico de outros tempos e outras circunstâncias. Portugal no seu pior. Esperemos que, desta vez, se criem as condições para fazer. E não as meias tintas e os meios propósitos que não passam de oportunidades perdidas.
9.
Em 2021 não haverá espaço para o potencial. Será o tempo do real. Sejamos rigorosos a gastar (podem substituir rigorosos por frugais) e empenhados a concretizar.
10.
2021 começará por ser o primeiro ano depois da pandemia. E muito rapidamente se tornará no ano de todos os desafios. Queremos a nossa vida de volta. E até pode ser uma vida muito diferente. Venha ela!
Turismo Semmais
Jorge Humberto
Colaborador