Hospital do Barreiro fecha serviço de cuidados paliativos por falta de profissionais

Faltam operacionais, enfermeiros e médicos, porque ficaram infetados num surto do novo coronavírus.

Vinte e dois mil profissionais de saúde ficaram infetados desde o início da pandemia em Portugal. Mais de seis mil são enfermeiros e quase três mil são médicos.

Centro Hospitalar Barreiro Montijo o serviço de cuidados paliativos, zona livre de covid-19, vai fechar porque vários profissionais de saúde, assistentes operacionais, enfermeiros, médicos, ficaram infetados com o novo coronavírus num surto e os que sobraram já não são suficientes para o manter aberto, adiantou ao Público a enfermeira Vanda Veiga.

Por já ter tido covid-19, a profissional, avança o mesmo jornal, vai agora ajudar na área d cardiologia, enquanto espera que o seu serviço reabra. Mas este caso está longe de ser uma exceção. Os surtos de Covid-19 estão a multiplicar-se nas unidades hospitalares e centros de saúde. E, com a epidemia a evoluir de forma descontrolada na comunidade, as infeções entre profissionais de saúde dispararam.

Os números são expressivos. Desde o início da pandemia, mais de 22 mil profissionais de saúde (22.122) foram contagiados, revelou, ao mesmo meio de comunicação, a Direcção-Geral da Saúde (DGS). Mais de metade (11.516) recuperou, entretanto, mas os outros, e são 10.606, estão neste momento infetados e não podem trabalhar, o que contribui para complicar ainda mais a situação nas unidades saúde que se debatem com falta de recursos humanos, numa altura em que os internamentos batem recordes sucessivos.

Os grupos profissionais mais afetados em números absolutos são os dos trabalhadores que mais contactam com os doentes, os assistentes operacionais (ficaram infetados 6706, desde março), e os enfermeiros (6189). Mas também há muitos médicos que já testaram positivo (2828), e outros grupos profissionais como o dos assistentes técnicos (1150), técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica (980) e farmacêuticos (439).