CDS de Setúbal apoia direção nacional, mas teme resultados autárquicos

As dívidas do partido poderão condicionar a estratégia de formar coligações com outros partidos e, assim, impedir melhores resultados na votação deste ano.

O presidente da Distrital de Setúbal do CDS, João Merino, considera que a atual situação financeira do partido, com um elevado montante de dívidas acumuladas, não é favorável à negociação com outros partidos para que, para as eleições autárquicas deste ano, se possa avançar com a negociações tendo em conta a formação de alianças e parcerias. O mesmo responsável distrital entende também que não existem razões válidas para mudar a direção nacional e reafirma o apoio ao atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos.

“O CDS tem uma conta única. As distritais não têm autonomia financeira e, portanto, todo o dinheiro que chega às distritais é proveniente dessa única conta”, disse o dirigente centrista para, desse modo, explicar que todas as condicionantes financeiras que se possam vir a deparar “serão idênticas para todas as distritais”.

João Merino, fazendo uma leitura sobre o momento do partido, onde existem movimentações para que Adolfo Mesquita Nunes (apoiado por todos os que anteriormente já haviam apoiado João Almeida) assuma a liderança, em detrimento de Francisco Rodrigues dos Santos, considera que este não é o momento exato para se promoverem alterações. “Com a pandemia e a crise financeira existentes, todas estas movimentações internas que visam mudar a direção nacional acabam por ser prejudiciais na preparação das eleições autárquicas que se avizinham”, considerou.

“A distrital de Setúbal entende que não existem razões para interromper um mandato legítimo, que está a ser cumprido em condições muito adversas e difíceis, nomeadamente devido à condição financeira do partido”, acrescentou ao Semmais Digital o presidente da Distrital de Setúbal.

O mesmo responsável partidário lembrou, depois, que o CDS, “apesar das muitas adversidades”, acabou por obter um “excelente resultado” nas eleições regionais dos Açores, onde consegui a terceira posição, com quase seis por cento dos votos. Lembrou, também, que o partido se manifestou desde o início do processo eleitoral presidencial favorável à reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa, o que veio a acontecer com larga maioria.

Em comunicado de imprensa agora difundido, a Distrital setubalense diz que “até ao próximo congresso, em janeiro de 2022, a Comissão Política Distrital do CDS Setúbal, reunida a 30 de janeiro de 2021 declara, por esmagadora maioria, a sua lealdade institucional e o seu apoio à direção do partido, democraticamente eleita há apenas 12 meses”.