A apresentação da candidatura deve ocorrer em abril, com a pandemia aligeirada. Dores Meira promete luta, num projeto para “dar brilho a Almada” e acabar com a “satelização” em relação a Lisboa.
O PCP está entusiasmado com a candidatura da Maria das Dores Meira à câmara de Almada, elegendo como objetivo recuperar o município liderado desde 2017 pela socialista Inês de Medeiros.
“Está para muito breve” o anúncio formal da candidatura e os dirigentes do PCP de Almada garantem “uma equipa muito forte” e uma “luta democrática”, disse ao Semmais o ex-vereador António Matos.
A candidatura a Almada da ainda presidente da câmara de Setúbal, que gere por eleição direta há três mandatos – o que a impede de concorrer ao mesmo município -, confirma a notícia do Semmais publicada em janeiro de 2020, altura em que a própria assegurava estar a ser “pressionada para essa hipótese” e a avaliar uma eventual decisão. Agora acabou por aceitar a indigitação e diz estar disposta a “trabalhar com o afinco de sempre para voltar a dar brilho a Almada”.
Em declarações ao Semmais, Dores Meira “promete trabalho, seriedade e muito empenho”, porque “Almada não pode continuar a ser uma cidade satélite de Lisboa, pelo que precisa de reganhar a sua autonomia estratégica e a dignidade de uma grande metrópole da região e do país”.
Disposta a mudar “muita coisa” no concelho em que reside desde os 12 anos de idade, a autarca quer ainda “voltar a aproximar o município das pessoas”, contrariando o que diz ter sucedido neste mandato do PS em relação “aos trabalhadores, aos empresários e ao movimento associativo”. E garante que vai contar com “gente de Almada empenhada num objetivo comum”. “Tenho um grande cartão-de-visita, que é a obra que até ao final do mandato vou deixar em Setúbal e logo após as eleições vou arregaçar as mangas para colocar Almada do lado certo”, acrescenta a autarca.
“Continuidade” sadina entregue a André Martins
A saída de autarca da luta pela câmara sadina abriu uma fresta pela qual a oposição pretende entrar para ganhar Setúbal. André Martins, com larga experiência, oriundo do partido ecologista “Os Verdes” é a escolha da CDU. Dores Meira afirma que não foi escolha sua, mas “disse logo sim, que era a pessoa certa”.
Para a ainda presidente da câmara sadina, André Martins, que superou nomes como Nuno Costa, presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, a maior do concelho, e vereadores como Manuel Pisco ou Pedro Pina, “é um estratega e tem uma visão de continuidade do nosso projeto, sendo que algumas obras estruturais, como a requalificação da Várzea ou a revisão do PDM passaram pelas suas mãos”.
“Esteve quinze anos de trabalho comigo e, para além das suas capacidades, é muito competente e empenhado. Fico feliz por deixar Setúbal nas suas mãos”, finalizou.