Sines põe a descoberto património com 2 mil anos de História

As Fábricas Romanas, localizadas junto à muralha nascente do Castelo de Sines, são o mais recente espaço museológico da cidade.

Utilizadas para fazer garum, uma pasta de vísceras de peixe que, diz o presidente da autarquia, “servia para abastecer todo o Império e a região que os romanos povoavam o país”, as Fábricas Romanas, junto à muralha nascente do castelo e estavam soterradas “há mais de uma década”, apresentam uma evocação aos recursos marinhos que ali eram preparados.

O processo de recuperação e musealização de um legado com 2000 anos de História demorou cerca de cinco anos a ficar concluído e envolveu o trabalho de especialistas. “Foi um trabalho muito demorado, uma vez que requereu a intervenção de várias especialidades, não apenas a construção de um edifício em betão e zinco na cobertura, mas sobretudo na reabilitação desse património”, explica Nuno Mascarenhas ao Semmais.

Inaugurado na passada segunda-feira, após um investimento na ordem dos 200 mil euros, o espaço museológico, segundo o edil, surge integrado na revitalização do património histórico da cidade, de que também fazem parte outros equipamentos (alguns em execução), assim como a Casa-Forte do Museu de Sines, aberta ao publico no mesmo dia com uma exposição de numismática.

Durante as escavações de 2013, partilha o autarca, “descobrimos uma série de achados, entre os quais vários esqueletos a cerca de um metro e meio de profundidade, um deles tinha uma bolsa com cerca de 25 moedas de prata algumas delas cunhadas noutras partes do mundo”.

“O que quisemos foi juntar todo esse tesouro com aqueles que já tínhamos e construir um espaço que é interessantíssimo e conta um pouco a evolução histórica do nosso concelho, neste caso ligado à economia e às moedas”, diz Nuno Mascarenhas.

Paralelamente, também na passada segunda-feira, no âmbito do 24.º aniversário da elevação da vila de Sines a cidade, foi inaugurado um passadiço panorâmico pedonal e ciclável do Canto Mosqueiro. Projetado para ter cerca de 1 quilómetro e 600 metros, faz parte de um projeto que “consiste também na reabilitação e na criação de um estacionamento naquele acesso à praia”. “É a valorização de um espaço que naturalmente terá mais visitantes nos próximos anos com as melhorias que estamos a fazer”, conclui o autarca.