À degradação e falta de segurança do parque, denunciada pelos utentes, o município responde que o recinto é limpo, conservado, reparado em continuidade e que está a estudar opções para a futura gestão.
O Parque de Pesados de Vale do Alecrim, na freguesia de Pinhal Novo, criado em 2006 pelo município para retirar os veículos pesados do perímetro urbano da localidade, está a deixar alguns utentes à beira de um ataque de nervos. Isto porque, segundo reclamam, o espaço deixou de ter vigilância o que tem originado vários roubos, por desconhecidos, de combustível, baterias e catalisadores dos escapes das viaturas ali estacionadas.
Vítima desse tipo de vandalismo foi Luís Guerreiro que, ao Semmais contou que o seu camião já foi alvo dos ‘larápios’. “Danificaram o depósito de combustível com uma picareta e levaram-me cerca de 700 litros de gasóleo e baterias”, disse.
Luís Guerreiro adiantou ainda que os utentes estão dispostos a pagar 30 euros mensais para que a vigilância de 24 horas por dia volte ao recinto. “Queremos que todas as entradas sejam registadas e controladas, tal como acontece no parque de viaturas da câmara. Vai haver sempre alguém que não quer pagar, mas uns não podem ser prejudicados por causa dos outros, porque, além da segurança dos camiões, também está em jogo as suas cargas”, alegou.
Outra questão que deixa preocupado este camionista é o facto de a autarquia ter depositado 53 viaturas degradadas no interior do parque, onde costumam estar estacionados mais de 50 camiões, alguns dos quais cisterna com combustível: “Estes carros aumentam o perigo e a tentação para os roubos porque são chamariz para o furto de peças”.
A falta de limpeza das caleiras das águas, a distância incorreta dos estacionamentos dos camiões, ausência de extintores, vedação danificada, iluminação deficiente, um poste de iluminação a abanar, uma boca de incêndio estragada e outra tapada pelas velhas viaturas são outros dos problemas apontados pelos utentes.
Câmara de Palmela diz estar atenta à situação do parque
O município desdramatiza as reclamações e garante que está “a estudar opções para a futura gestão do parque”, as quais poderão passar por “retomar a vigilância 24 horas por dia, mediante uma taxa paga pelos utentes” ou, então, “pela entrega da gestão a privados”.
Fonte da câmara recorda que o parque, inicialmente, era fechado e tinha vigilância 24 horas por dia, o que obrigava a inscrição e pagamento por parte dos utilizadores. “Apesar do valor ser muito baixo e das boas condições proporcionadas, os camionistas e as empresas mostraram-se desagradados com a taxa e não utilizaram o espaço”, afirmou.
Devido a esta situação, a edilidade decidiu, há mais de uma década, tornar o parque “gratuito”: “O espaço passou a funcionar como estrutura de apoio gratuita, sem vigilância, como qualquer outro parque de estacionamento urbano, mas especificamente vocacionado para veículos pesados”.
No que concerne às viaturas depositadas no parque, o município esclarece que são “carros retirados das ruas” e que “aguardam o final do processo burocrático para seguirem para abate”. E ocupam “menos de 10 por cento da área de parqueamento e não prejudicam o estacionamento de camiões, já que o parque nunca esteve lotado”.
A autarquia de Palmela garante também que irá consertar as redes danificadas – as quais já tinham sido anteriormente reparadas -, a iluminação também será melhorada e o poste que está a abanar “já foi avaliado e não apresenta perigo”. Alem disso, diz que a marcação dos lugares de estacionamento corresponde em “absoluto” às normas técnicas legais para veículos pesados.