Palmela dá passos firmes na recuperação da área ardida em julho

Vila dá especial destaque a ações de reflorestação da área ardida, durante as celebrações do Dia da Floresta Autóctone, a decorrerem este mês. Autarquia tem mostrado sinais positivos através de iniciativas no terreno e apoio aos afetados pelo fogo.

No dia 12 de julho, Palmela viu-se mergulhada em drama e tragédia, devido ao terrível incêndio que fustigou a vila e castigou parte do Parque Natural de Serra da Arrábida. Famílias, empresários, produtores e associações foram profundamente prejudicadas. Durante horas arderam mais de 400 hectares e registaram-se perto de mais de uma dezena de feridos.

Apesar do horror vivido, a vila parece dar passos firmes no sentido de ultrapassar as perdas. Exemplo disso são as diversas ações planeadas para este mês, no âmbito das celebrações do Dia da Floresta Autóctone, assinalado a 23 de novembro, com destaque para a reflorestação da área ardida.

No dia 20, a câmara de Palmela leva a cabo uma iniciativa de plantação de espécies, cedi- das pela Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente, nas áreas afetadas pelo incêndio, com o envolvimento de mecenas, associações e voluntários. “No total, estão disponíveis 7.500 exemplares, de várias espécies autóctones e, numa primeira fase, estão previstas ações até ao final de novembro, época do ano mais indicada para plantações”, explica ao Semmais uma fonte do gabinete de apoio à presidência da câmara.

A autarquia revela ainda que, “por quase toda a área queimada corresponder a propriedade privada”, está a contactar os proprietários “no sentido de confirmar o seu interesse e disponibilidade em acolher estas iniciativas e, em caso afirmativo, indicar espécies e quantidades pretendidas”.

Na conversa com o nosso jornal, a edilidade fez ainda questão de recordar que, desde o primeiro momento, trabalhou para a recuperação da área ardida e apoio aos afetados: “Desde logo foram feitos trabalhos de remoção e abate de árvores nas zonas fustigadas, limpeza de linhas de água afetadas e de bermas e reabilitação de caminhos florestais, de acordo com os planos de segurança, para prevenção de erosão e arrasta- mento de inertes”.

Segundo a mesma fonte, a câmara tem “acompanhado permanentemente a situação”, conseguindo oferecer “uma resposta imediata às necessidades da população e empresas, prevendo-se um investimento superior a 400 mil euros em “ações no terreno e apoios diversos às pessoas afetadas”. “Limpeza e recolha de entulho, soluções para retoma da atividade, tratamento e alimentação de animais domésticos e rebanhos e ajusta- mento do tarifário de água e resíduos, para correção excecional do consumo faturado (exclui o acréscimo do volume exclusivamente gasto no combate ao incêndio por população de algumas zonas)”, são algumas das medidas destacadas.

Entre outras medidas estruturantes, a autarquia definiu com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), responsável pela gestão do Parque Natural da Arrábida, um plano de recuperação da paisagem e área ardida, considerando que este processo “de médio/longo prazo” deve “respeitar a capacidade de regeneração natural das árvores e dos ecossistemas”.