Dado o desenvolvimento demográfico do concelho, espera-se forte pressão no pré- escolar e no 2o e 3o ciclos. Investimentos prioritários já estão definidos e envolvem muitos milhões de euros.
O executivo camarário aprovou, na última reunião, a nova Carta Educativa do Concelho de Alcochete, depois de o documento ter passado o crivo do Conselho Municipal de Educação e do departamento governamental com competência na matéria.
Sem atualização desde 2007, porque segundo explicou ao nosso jornal a vereadora com o pelouro da Educação, Maria de Fátima Soares, “pouco se sabia sobre a renovação das cartas e não existiam diretrizes de como começar o trabalho”, a descentralização de competências para a esfera dos municípios estabeleceu, como aguardava a autarquia, a renovação e as instruções necessárias.
O documento é de importância extrema porque, segundo a autarca, permite fazer um diagnóstico da política educativa municipal e da evolução do concelho nos últimos anos, para além de ter outros aspetos relevantes como “a caracterização sumária da localização e organização espacial dos edifícios e equipamentos, a análise estratégica, as projeções de desenvolvimento e a proposta de intervenção relativamente à rede pública”.
Na conversa com o Semmais, Maria de Fátima Soares salientou que, face às estimativas do INE para a população residente no concelho, o cenário escolhido é de “atração tendencial” o que se aproxima mais das características demográficas do município que, desde 2011, tem vindo a ganhar em média 242 efetivos anuais. Estes dados, diz, lançam “algumas preocupações” como a resposta ao nível do “pré-escolar, 2o e 3o ciclo” e a possível “sobrelotação no ensino secundário”.
Face a estas perspetivas, a vereadora considera que o futuro da Educação em Alcochete já está a ser preparado, tendo a autarquia identificado os diversos investimentos que têm de avançar forçosamente nos próximos anos. “Pretendemos requalificar e ampliar com duas salas o Jardim de Infância da Restauração; remodelar de forma urgente a Escola D. Manuel I; criar uma nova escola de 2o e 3o ciclos; melhorar e ampliar a Escola Secundária e também o Jardim de Infância no Samouco”, avançou.
Intervenções de milhões de euros, algo que a autarquia, segundo Maria de Fátima Soares, “não tem capacidade de suportar” e, por isso, está já em negociações com o ministério para que seja encontrada uma solução. A título de exemplo, a vereadora referiu que a intervenção na Escola D. Manuel I deverá ser superior a quatro milhões de euros, enquanto a nova escola e as obras na secundária devem ultrapassar os dez milhões.