Futuro da infraestrutura portuária passa por uma aposta num hub diversificado de negócios, com especial atenção para um desenvolvimento sustentável na cidade e na região.
A BlueBiz Global Parques acolheu, na passada terça-feira, a quinta edição do Fórum Investir, Inovar e Descarbonizar, que integra as comemorações do centenário do Porto de Setúbal, dedicada ao tema “As Novas Indústrias: Inovação e Logística”.
Promovido pela APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, a AISET – Associação Industrial da Península de Setúbal e a aicep Global Parque, o encontro serviu de oportunidade para Carlos Correia, presidente da APSS, revelar a nova estratégia de desenvolvimento do porto setubalense, denominada de “HUB2GREEN Setúbal”. “Esta aposta pretende diversificar o negócio e a oferta de serviços logísticos para as indústrias e energias verdes, aumentar a eficiência e reduzir custos através da inovação e da aposta em novas tecnologias, bem como alargar o hinterland pela complementaridade e articulação logística com o porto de Lisboa, gerando mais valor para os serviços logísticos oferecidos por este cluster portuário alargada”, explicou o responsável.
A visão presente da administração portuária, segundo Carlos Correia, passa por “transformar o Porto de Setúbal num Hub económico de desenvolvimento sustentável na cidade, na região e no país, parte imprescindível de cadeias logísticas sustentáveis de base para a localização de novos negócios, de novos clusters da reindustrialização, das novas energias, das energias verdes e economia circular, inovação e bio economia”.
O encontro serviu também para dar palco a empresas de referência que operam na península de Setúbal, através de painéis de discussão e partilha de experiências e de visões de investimentos, contando, por exemplo, com Nuno Maia, da AISET – Associação da Indústria da Península de Setúbal; Gonçalo Eiras, da BlueBiz – Parque Industrial da Península de Setúbal; Lucas Teixeira, da SAPEC Parques Industriais; Nabo Martins, da APAT – Associação dos Transitários de Portugal); Porfírio Gomes, da Comunidade Portuária de Setúbal; João Nabais, da ESCE – Escola Superior de Ciências Empresariais; Nuno Santos, da Lisnave; Pedro Galvão, da Secil; Nuno Soares , da Navigator e Álvaro Mendes, da ETERMAR.
Para o futuro está previsto um forte leque de investimentos industriais na península de Setúbal, que deverão atingir os três mil milhões de euros nos próximos anos e que incluem projetos em áreas como os biocombustíveis, eólicas offshore, bioindústria, reparação naval sustentável, entre outros.
André Martins, presidente da câmara de Setúbal, presente neste encontro, demonstrou satisfação pela atividade industrial no concelho que lidera e destacou o impacto que os futuros investimentos deverão ter no território. “É um grande orgulho ter empresas que são grandes, com história, referências nacionais e internacionais em Setúbal. Reconhecemos o investimento industrial e a importância da sua modernização, inovação e sustentabilidade como vetores centrais do processo de desenvolvimento e melhoria das condições de vida no nosso concelho e região”, sublinhou o edil.
Foram também abordadas algumas problemáticas e possíveis entraves que podem atrasar ou limitar o impacto esperado dos referidos investimentos. Na globalidade das intervenções, aquilo que parece preocupar mais as empresas é alguma falta de planeamento a médio prazo; desburocratização; melhoria das acessibilidades, em especial mais amigas do ambiente (aposta na ferrovia); celeridade nas decisões e concretização da captação de investimento, em especial vindo de capital estrangeiro.
Nesse sentido, André Martins reafirmou a disponibilidade da autarquia em ser um parceiro ativo junto das empresas. “Olhamos com atenção para alguns dos problemas que foram aqui manifestados e, naturalmente, não podia deixar de manifestar a minha preocupação. Podem contar com a câmara como parceiro e vamos ajudar no que for necessário e estiver ao nosso alcance para solucionarmos estes problemas” garantiu.