Alertar para os vários problemas que assolam o Mundo é a mensagem principal da nova produção do Teatro Artimanha. Em laco, onze personagens dizem de sua justiça sobre a situação política e social do globo terrestre.
Durante um ensaio, onze personagens encontram em cima da mesa um manifesto de um grupo de teatro que celebra 40 anos de existência. O fim do ensaio termina com uma manifestação, após cada ator fazer o seu manifesto pessoal sobre a sua perspetiva relativamente ao estado político e social do mundo.
É este o mote da 57.ª produção do ATA – Ação Teatral Artimanha “Manifesto” que, com texto de Luís Silva e encenação de Juliana Pinho, estreou ontem no auditório municipal Rui Guerreiro, no Pinhal Novo.
O elenco de “Manifesto”, que encerra as comemorações dos quarenta anos do grupo pinhalnovense, é constituído por Paulo Bórgia, Ilda Silva, Elisabete Silva, Bruno Gomes, Inês Cavaco, Sandro Espalha, Luís Arez, Miguel Reis, Tiago Afonso, Xana Peixoto e Ana Guerreiro.
Tanto os figurinos como a cenografia surgem no palco de uma forma “minimalista”, ou seja, os atores envergam trajes em tons de negro e representam em torno de duas longas mesas.
De acordo com Ana Guerreiro, vice presidente da direção do ATA, a peça tem como finalidade divulgar “a verdadeira essência do nosso grupo, nomeadamente aquilo que somos e como nos relacionamos com a comunidade envolvente”. E acrescenta que este trabalho nasceu de “uma brincadeira”, pelo que “achámos que era uma boa forma de encerrarmos as comemorações dos quarenta anos do ATA”. Neste “Manifesto”, sublinha, “está espelhado todo o espírito comunitário, brincalhão e inclusivo que carateriza a vivência do que é o ATA. A brincar, e em ambiente de ensaio, fazemos do público nosso cúmplice”.
Ana Guerreiro realça que em “Manifesto” o grupo “alerta para uma série de problemas que assolam o Mundo”, porque, afinal, essa é, também, “uma das funções do teatro: alertar, inquietar, questionar”. O ATA, como agente cultural, “perfeitamente integrado” na comunidade que o rodeia, “tem-no feito ao longo destes quarenta anos e espera continuar a fazê-lo, tanto agora, como no futuro”.