IPST e Unidades de Saúde alertam para carências nas reservas de sangue

Os tipos ARh+, ARh -, ORh + e ORh são, habitualmente. os que mais escasseiam. Nesta altura a situação é de “grave carência”.

À semelhança A do que acontece a nível nacional, nos últimos anos as reservas de sangue na nossa região registam carências, que são olhadas com natural preocupação pelas autoridades. Os tipos de sangue que mais escasseiam, de acordo contactos desenvolvidos pelo Semmais junto das Unidades de Saúde do distrito, são ARh+, ARh -, ORh + e ORh -.

“Neste momento, assiste-se, globalmente, a uma grave crise de carência nesses tipos de sangue”, confirma a Unidade Local de Saúde Almada-Seixal. “Durante a manhã (de dia 3) enviamos mensagens a convocar dadores dos grupos A+ e A- porque tínhamos só duas unidades A+ e 1U A-. Nas alturas de férias é sempre mais complicado e foi o que aconteceu nestes últimos dias por causa da Páscoa. Os grupos O+ e O- como podem ser utilizados pelos outros grupos e só podem levar sangue do mesmo grupo acabam por ser os mais complicados de gerir, quando estão em falta”, refere, por sua vez, a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano.

Apesar das referidas preocupações, existem sinais animadores, nomeadamente o crescimento de número de dadores nas várias unidades do distrito. Em 2023 no Hospital de Nossa Senhora do Rosário, que integra a Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho (ULSAR) foi de 3.540, mais 535 do que no ano anterior, refere uma nota daquele centro hospitalar enviada ao Semmais. A ULS Litoral Alentejano contou com 943 inscrições, tendo colhidas 1603 unidades de sangue, naquele que foi mesmo o “melhor ano de sempre ao nível das colheitas”. E no Hospital Garcia de Orta, segundo a ULS Almada-Seixal, foram efetuadas 4600 dádivas, do total de 3800 dadores registados. Os dados do ano passado confirmam também um crescimento de dadores em Setúbal. De acordo com o Instituto Português do Sangue da Transplantação (IPST), inscreveram-se, em 2023, um total de 1720 voluntários, dos quais 1411 acabaram por dar sangue. A estes números somam-se ainda os 787 inscritos na Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Setúbal, dos quais 68,2% deram sangue. Recorde-se que em 2022, no total da capital do distrito estavam inscritos 1495 dadores e foram colhidas apenas 1263 unidades.

Contudo, as dificuldades permanecem uma vez que, segundo a ULS Almada-Seixal, “o número de dadores tem-se mantido relativamente estável, mas com diminuição gradual do total de dádivas”. “Não somos autosuficientes e continuamos a precisar de sangue colhido por outras instituições. Em 2023 colhemos 91% do que consumimos”, sublinha, por sua vez a ULS Litoral Alentejano.

Perante esta realidade, instituições e Unidades de Saúde têm-se esforçado para conquistar mais dadores e desdobram-se em campanhas. “O IPST desenvolve de forma permanente ações de promoção. Realizam-se diariamente várias sessões de colheita em todo o país, sendo que os dadores são notificados por SMS. Aliada a esta informação, no terreno, as organizações de Dadores de Sangue e diversas entidades tentam maximizar o sucesso das sessões de colheita organizadas em colaboração com o IPST”, revela o Instituto Português do Sangue e da Transplantação.