O Movimento Pró Vitória quer que os sócios do emblema sadino discutam e votem soluções alternativas para o presente e futuro do clube, com vista à salvação e sobrevivência do mesmo.
Entre os diferendos com a atual direção está a introdução de um novo investidor, apresentado na última Assembleia Geral Extraordinária, realizada no final de julho, desta feita o empresário Markus Gloël. “Foi exposta nessa assembleia uma única visão, um único caminho para o Vitória sair desta situação. Esse caminho desagrada-nos e sentimos que estamos a ser a voz de muita gente que não se identifica com essa solução, que passa por entregar já todo o património, que ainda é bastante, e a gestão do futebol para depois mais tarde ser transformada numa SAD, onde teríamos novamente uma participação residual. O modelo era basicamente repetir o mesmo que se passou no passado e não resultou”, refere ao Semmais Fernando Belo, sócio nº422 e membro deste movimento.
Nesse sentido, este grupo de sócios, que já promoveu alguns encontros públicos em Setúbal, pretende entregar ainda esta semana um requerimento que já ultrapassou a centena de assinaturas para a marcação de uma Assembleia Extraordináriaia. A proposta é que a direção dê explicações sobre o atual processo do PIR do clube, que ainda vai ser votado pelos credores e que seja apresentando um novo plano baseado no património. “É o que mais faz sentido. A gestão é possível e conseguimos pagar a nossa dívida com a venda progressiva do património. É preciso muito sacrifico e luta, mas é o caminho possível”, refere Fernando Belo. “Não estamos contra a direção, nem contra o possível novo investidor, mas estamos unidos nesta causa que é o Vitória. E o movimento veio dar alguma alma ao Vitória. O paradigma mudou, já não existe a SAD e são os sócios que têm de defender a gestão o clube”, reitera José Ferreira, outro associado e membro do grupo.
Além do património conseguir fazer face à dívida do clube, o mesmo movimento assegura que a quotização atual é suficiente para as despesas da competição distrital. “Foi uma garantia que conseguimos junto da direção. Depois existem outras potencialidades que o Vitória pode explorar, desde patrocínios, parceiros, apoios ligados ao desporto e reforço da parceria com outros clubes e empresas da cidade”, aponta Fernando Belo.
Outra proposta do movimento passa pela introdução da quota suplementar “Pró Vitória”. “Nunca seria a principal fonte de rendimento, mas uma espécie de mealheiro. Daí o caráter facultativo, de modo a que cada um, incluindo empresas, pudesse contribuir com o conseguisse, com o objetivo de colmatar alguma falha de pagamento evitando que o clube entre em liquidação”, explica o mesmo associado.