Movimento “Vitória Sempre” coloca em causa legalidade da AG da próxima sexta-feira

Grupo de sócios admite avançar com uma ação legal para travar a reunião magna. Movimento crítica ainda direção que, dizem, “parece ter muita pressa em levar adiante” outros processos como “a venda do imobiliário”.

O Movimento “Vitória Sempre”, constituído por alguns sócios do Vitória FC, afirma que a convocatória para a próxima Assembleia Geral, cumulativamente Ordinária e Extraordinária, marcada para a próxima sexta-feira, está ferida de ilegalidade e que não se deve realizar nos moldes em que está proposta.

“De imediato, o nosso objetivo é que seja revertida esta assembleia que se encontra convocada e que sejam feitas assembleias de acordo com os estatutos do Vitória FC. Ou seja, uma assembleia para aprovar as contas e uma outra extraordinária para discutir os outros pontos. A  direção parece ter muita pressa em levar adiante a venda do imobiliário e um projeto que ainda não se faz ideia do seja”, reiterou Cândido Casimiro, antigo presidente da Mesa de Assembleia Geral (PMAG) do Vitória FC e membro deste movimento, no final do encontro promovido com sócios na quinta-feira, no Centro Cultural e de Solidariedade de Nossa Senhora da Conceição

Segundo a convocatória, assinada por David Leonardo, a reunião magna deverá tratar de sete pontos, nomeadamente “prestação de esclarecimentos sobre o atual momento do clube; ratificação da decisão de cooptação (artigo 38.º dos Estatutos) para preenchimento de vagas verificadas na direção; discussão e votação do relatório de gestão e contas do exercício de 2023 e os correspondentes relatório e parecer do Conselho Fiscal e Disciplinar; discussão e votação do orçamento de receitas e despesas elaborado pela Direcção, para o ano de 2025; apresentação e votação de duas propostas subscritas por um grupo de associados denominado “Movimento Pró Vitória” (com vista à criação (1) de uma Comissão Independente de Acompanhamento e Fiscalização da Alienação do Património e (2) da quota suplementar PRÓVITÓRIA, de carácter facultativo e com a exclusividade de pagamento das prestações do PIRE); apresentação e discussão do projeto imobiliário para os terrenos do Complexo Desportivo do Bonfim; Deliberação sobre a alienação de bens imóveis que integram o património do Clube”.

Questionado sobre que ações vão ser tomadas contra a referida AG, o antigo PMAG não fecha portas a várias opções e até mesmo ao envolvimento dos tribunais. “Ainda não temos nenhuma ação definida e é uma questão que terá de se colocar, dependendo de como as coisas corram. Mas se tivermos de avançar com uma ação ou queixa assim será. Se o atual presidente da Mesa da Assembleia teima em continuar em violar os estatutos, alguém o terá de o parar”, sublinhou Cândido Casimiro.

Na discussão, onde participaram pouco mais de uma dezena de sócios e alguns membros do movimento “Pró Vitória”, que também tem tido uma posição crítica sobre as ações da atual direção e da Mesa da Assembleia Geral, foram discutidas várias preocupações sobre o estado atual do emblema sadino e muitas dúvidas sobre o potencial projeto imobiliário e desportivo, apresentado na última AG, que deverá ser concretizado através do empresário Markus Gloel. “Estamos a oito dias da AG e não há qualquer comunicação do que vai acontecer e do que querem fazer. O que é isto de vender, ou alienar? É que na convocatória diz alienar património, mas o que é isso? Em que condições? A quem? E ninguém pode decidir em consciência enquanto não conhecer as coisas e chegar lá à AG e votar, não pode ser assim”, conclui o antigo PMAG.