André Martins, já reagiu à reprovação do documento em sessão pública extraordinária do executivo camarário, acusando os dois partidos da oposição de impedirem o normal funcionamento da atividade municipal.
Os partidos da oposição na Câmara de Setúbal, PS e PSD, reprovaram hoje o Orçamento municipal apresentado pela maioria CDU para 2025, de 338 milhões de euros, mais 99 milhões de euros do que o orçamento de 2024.
O presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, já reagiu à reprovação do documento em sessão pública extraordinária do executivo camarário, acusando os dois partidos da oposição de impedirem o normal funcionamento da atividade municipal.
Os vereadores do PS justificam o voto contra a proposta de Orçamento para 2025 apresentada pelo executivo CDU por considerarem que se trata de uma “proposta insuflada e sem rasgo”.
“É uma proposta insuflada, sem rasgo e sem ambição, que se limita a somar milhões não executáveis aos milhões que todos os outros anos ficam por executar”, disse à agência Lusa o vereador socialista Joel Marques.
“A CDU arrastou Setúbal para uma enorme rotunda à volta da qual o concelho circula em voltas intermináveis, mas de onde não consegue sair. Os autarcas do Partido Socialista têm alertado, não só neste mandato, para a impossibilidade de se manter este modelo de gestão”, acrescentou.
A bancada do PSD também critica a proposta de Orçamento para 2025, lembrando que, ao longo dos últimos anos, “a maioria CDU não tem conseguido executar mais do que cerca de 60 e pouco por cento do orçamento”.
“Ainda o ano passado (2023) isso aconteceu, em termos de despesa, que nem chegou aos 60%, ficou por uma execução de 59%. O Orçamento para 2025 é um típico orçamento pré-eleitoral, um orçamento gigantesco, que, obviamente, não é realizável, não é executável”, disse o vereador social-democrata Paulo Calado, que advertiu também para o aumento das dívidas do município a fornecedores.
“Na execução deste ano, até 30 de setembro, a Câmara de Setúbal já tinha dívidas a fornecedores de mais 10 milhões de euros do que no ano passado, num total de 30 milhões de euros, dos quais 8 milhões de euros já são dívida com mais de um ano”, frisou o autarca do PSD.
Na sessão extraordinária em que foi votado o documento, o presidente da Câmara de Setúbal salientou a importância do Orçamento (338,5 milhões de euros) e das Grandes Opções do Plano para 2025 (248,1 milhões de euros), lembrou os grandes investimentos previstos para o concelho – as candidaturas aprovadas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) preveem investimentos superiores a 150 milhões de euros -, e acusou PS e PSD de tudo fazerem para “impedir o normal funcionamento da atividade municipal”.
Em nota de imprensa divulgada após o chumbo do orçamento para 2025, o autarca da CDU acusou ainda PS e PSD de, “em conjunto, obrigarem ao maior corte de sempre nas receitas municipais – um valor estimado da ordem dos 20 milhões de euros – que afeta naturalmente a capacidade financeira da autarquia”.
“Em política não vale tudo. Estou certo de que, quando as populações tiverem melhor conhecimento do que está aqui em causa e das verdadeiras razões do chumbo deste orçamento para vigorar no ano de 2025, impedindo o normal funcionamento da atividade municipal, haverá, certamente, uma reação forte e alargada a um comportamento de quem, ao longo deste mandato, tudo tem feito para obstaculizar a gestão municipal a favor das populações de Setúbal e Azeitão e de um futuro melhor para Setúbal”, avisa o presidente do município sadino.