Vacinas

CONFESSO que em termos de matéria relacionada com Saúde me considero “analfabeto de pai e mãe” como costumo dizer para aligeirar a forte expressão de que não passo de um ignorante no assunto.
Contudo, esta comodidade não me leva a ser contra as vacinas pois sempre fico pronto a dirigir-me ao Centro de Saúde para receber a picadela – que não dói – talvez porque desde criança, que deixei de ser há umas boas dezenas de anos, sempre as tomei e disso não estou repeso, até porque em bebé tive a mortalha feita porque na época não havia ainda vacina para a malária (na altura conhecida por sezões e em Angola por paludismo).
E por que sempre estou pronto para as tomas gostava de ter conhecimento se há ou não vacina para mil e uma coisas, como por exemplo a que nos libertasse daquelas pessoas que tudo veem de mal nos outros desde que não sejam os da sua área de pensamento, acção e amizade.
É certo que a indústria do medicamento não tem que se lhe aponte para tudo fazer para nos prolongar a vida e o bem-estar, falha ainda na solução para que com uma simples picadela nos libertem daqueles que tudo fazem para explorar os que já muito trabalham e pouco usufruem e para que o futuro seja mais sorridente do que o passado.
Defendo que todos temos o dever de fazer o melhor que sabemos e podemos, não só para que os que de nós dependem possam ter um futuro mais sorridente, mas também para satisfazer os “nossos egoísmos” que nos deixam dormir com a consciências tranquila.
Mas, mesmo sem vacina, para que não haja influência exterior, apelamos que quem nos governa seja dotado de sabedoria e força suficiente para que possamos sonhar com um futuro replecto de beleza para todos.

Jorge Santos
Jornalista