Vivemos tempos nada fáceis, apesar do país estar numa situação aparentemente mais controlada, comparada com outros países europeus; o futuro a Deus pertence. Todos temos tempo para refletir, ler e reaproximar de quem mais gostamos e voltar às nossas raízes enquanto seres.
A nossa pandemia, por tudo que temos lido tem semelhança com outras em séculos passados, com a grande diferença é que a circulação das pessoas é mais rápida e a comunicação ainda é maior. Apesar disto, há dificuldade de com maior melhores tecnologias e dados científicos mais avançados, criar antídotos para travar a pandemia do vírus.
Infelizmente, há regiões no Mundo em que a descriminação para salvar gente é idêntica ao passado, só que hoje a realidade comunica-se depressa.
A economia é o motor da nossa sociedade e a atividade social cresceram exponencialmente de forma genérica no Mundo, as pessoas de no seu grau de individualismo não tinham tempo para se aperceberem no quanto estavam a contribuir para uma “bola grande” que poucos usufruem e as assimetrias foram-se acentuando no planeta Terra.
Há décadas que se foram constituindo assimetrias em todas as áreas da sociedade da política à religião, passando pelo desporto, à cultura, à solidariedade social entre outras áreas.
Esta pandemia também vai assim exortar que os modelos associativos / instituições façam uma profunda reflexão e questionarem se fazem sentido, subsistir, na busca incessante de procurarem captação de receitas, as quais são muitas vezes absorvidas em custos internos, sem terem reflexo exterior.
Não temos dúvidas em afirmar que as instituições privadas de proximidade ao serviço das pessoas e com baixos custos de funcionamento interno foram as que conseguiram dar uma melhor resposta às fatalidades do COVID19. Enquanto sociedade não é só o relançamento da economia e a confiança das pessoas e famílias que deve ser reposta, de igual modo, devemos repensar e dinamizar a sociedade dando oportunidades a estarmos com os mais próximos quer sejam familiares ou vizinhos antes de “monopolizar” no voluntarismo para grandes causas que são destruídas por um vírus invasor e que não escolhe raças, credos e estrato social.
A sociedade está suspensa porque tem de se organizar libertando custos de funcionamento internos para que aquelas verbas sejam canalizadas na redução das assimetrias sociais.
Não acreditamos na igualdade de classes mas estamos conscientes que o ar é igual e gratuito para todos e também no final da vida não levamos o dinheiro e o poder para o caixão, mas em vida podemos contribuir com a nossa riqueza material e imaterial para a melhoria dos índices de felicidade em nos-so redor, através de gestos simples e de verdade.
ESPAÇO LIVRE E ABERTO
Zeferino Boal
Colaborador