É vulgar ouvirmos dizer que o português é mestre a desenrascar-se e, na verdade, todos nós, mesmo os menos experientes seja no que for, no momento exacto lá estamos a “inventar” uma solução que nos deixa ficar bem, não só com nós próprios mas também com quem nos rodeia.
Embora tenhamos sempre alguma relutância em ceder à primeira pressão, o nosso espírito de contradição, contido na expressão da Filosofia, como luta dos contrários, ou eventualmente com a negação da negação, logo se apressa a criar condições que nos deixam de cabeça levantada e satisfeitos por termos proporcionado bons resultados e sucesso aos outros.
As alterações que nos foram impostas como consequência das circunstâncias provocadas pela pandemia do Covid-19 fazem saltar a tal luta que nos atira para um campo em que dificilmente entraríamos por vontade própria desde que não houvesse algo que nos trouxesse bem e comodidade pois não é com facilidade que abandonamos velhas rotinas.
E se é verdade que quase todos nós temos sempre alguns períodos que nos levam a estar muito tempo em casa, desta vez a coisa tem custado mais pois a clausura está – é certo que para bem de todos – a ser imposta por quem tem como missão, até por que foi por nós eleito, governar e criar condições para que todos tenhamos uma vida digna.
É verdade que no geral a quarentena não tem tido grande contestação, nem por parte daqueles que teimam em dar uma voltinha, mas é certo e sabido que quando nos for devolvida a liberdade de podermos andar por todo lado voltaremos a estranhar pois os hábitos recentemente adquiridos já fazem parte do nosso dia-a-dia.
Saibamos pois ter a calma suficiente para que dentro de pouco tempo todos possam regressar aos locais de trabalho para que a crise que anunciam seja pouco lesiva para todos nós.
FIO DE PRUMO
Jorge Santos
Jornalista