Região tem das maiores assistências a corridas de touros

Não há ainda data marcada, mas as concentrações vão realizar-se junto às praças de touros da Moita, Montijo, Alcochete, Alcácer e Seixal.

O distrito de Setúbal é uma região de aficionados da festa brava. No ano passado, de acordo com os dados estatísticos coligidos pela Inspeção Geral das Atividades Culturais (IGAC), três das cinco praças de touros onde se registaram corridas integraram a listagem das que mais espetadores tiveram em todo o país. Esta grande adesão aos espetáculos taurinos explica o porquê de, à semelhança do que está a ser preparado no resto do país, forcados, toureiros, cavaleiros e empresários da região estarem a juntar esforços para, em data a anunciar, se manifestarem, em diversas localidades, a favor da atividade.

O relatório da IGAC diz que em 2019 a Praça de Touros de Alcochete foi palco de quatro corridas, tendo reunido 14.792 espetadores, o que deu uma média de 3.600 por espetáculo, tornando-a na sétima em todo o país como mais afluência. Já a Daniel do Nascimento, na Moita, reuniu em cinco corridas de touros 13.770 pessoas, obtendo uma média de 3.400 espetadores por evento. Na Amadeu Sousa dos Santos, no Montijo, terão ido às três corridas ali organizadas 10.366 pessoas.

Estes números, refere o presidente da Associação Nacional de Grupos de Forcados (ANGP), Diogo Durão, não podem ser ignorados e demonstram que “o distrito de Setúbal, cidade que também tem praça de touros mas que se deparou no ano passado com algumas dificuldades na obtenção de licenças, é apreciador da tauromaquia, só assim se explicando que tenha tanta gentes ligada a grupos de forcados, a ganadarias, ao toureio apeado e a cavalo e até ao setor empresarial”.

 

Atividade gera milhões de euros e emprega centenas de pessoas

Sem conseguir esmiuçar qual o contributo anual de cada região do país relativo às atividades tauromáquicas, Diogo Durão disse ao Semmais, no entanto, que as mesmas geram “milhões de euros”, uma vez que envolvem não só a criação de touros e cavalos, mas são também o “suporte de muitas centenas de postos de trabalho”.

“A atual ministra da Cultura (Graça Fonseca) discrimina a tauromaquia. Como não gosta, acha que pode desconsiderá-la e acabar com ela. Mas não pode. É isso mesmo que pretendemos demonstrar quando, em breve, em diversas localidades do país e também no distrito de Setúbal juntarmos milhares de aficionados”, adiantou o presidente da ANGP ao nosso jornal.

As concentrações de protesto, que no distrito teriam lugar junto a cada uma das praças em atividade (Alcácer do Sal, Alcochete, Moita, Montijo e Seixal), estiveram marcadas para este sábado. No entanto, segundo o mesmo responsável, acabaram por ser desmarcadas, estando agora a estudar-se novo agendamento, devido às recomendações da Direção Geral de Saúde (DGS), que teme uma maior propagação do vírus Covid-19 em caso de concentrações numerosas. “Não são ações violentas. São ordeiras, curtas e simbólicas e que têm apenas como objetivo mostrar que os amantes da tauromaquia não podem ser ignorados”, lembrou Diogo Durão, referindo que as iniciativas foram primeiramente lançadas localmente por grupos de forcados, sendo posteriormente apoiadas pelos restantes setores da atividade tauromáquica.

 

 

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Forcados atuaram em 50 corridas

Foram sete os grupos de forcados da região que no ano passado atuaram em 50 dos 174 espetáculos taurinos realizados em todo o país. Os dados da IGAC mostram que o Grupo dos Amadores da Moita se apresentou em 12 ocasiões. Em segundo lugar surgem os integrantes da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, com 9 apresentações. A listagem inclui ainda os Amadores de Alcochete, com oito presenças nas praças, os Amadores do Montijo, com sete, o Grupo do Aposento da Moita, também com sete atuações, o Aposento Barrete Verde de Alcochete, com seis espetáculos e, por fim, o Grupo de Forcados Juvenis do Aposento da Moita, que integrou uma corrida.