APPDA de Setúbal aposta na musicoterapia para ajudar pessoas com autismo

Objetivo da instituição passa por contribuir para a reabilitação e melhoria do bem-estar de pessoas com Perturbação do Espetro do Autismo.

Chama-se “Musicar” e é uma iniciativa de musicoterapia ativa da Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo (APPDA) de Setúbal, que contribui para a reabilitação e qualidade de vida de crianças, jovens e adultos que sofrem com Perturbação do Espetro do Autismo (PEA).

O objetivo do projeto passa por “desenvolver e restabelecer potenciais funções do indivíduo, para que a pessoa com PEA possa alcançar uma melhor integração intra e interpessoal, e consequentemente, uma melhor qualidade de vida pela prevenção e reabilitação”, através da terapia, sublinha ao Semmais Pedro Condinho, musicoterapeuta, e Filipa Teixeira, assistente social da APPDA.

A terapia consiste na utilização da música e dos seus elementos por um musicoterapeuta qualificado, com um paciente ou em grupo. É um processo que “promove a comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão e organização”. Estimula, também, “outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de atender necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas”, conta a mesma fonte da associação.  Das 100 pessoas com PEA que recebem apoio da APPDA, são mais de 15 utentes, com idades compreendidas entre os três e os 30 anos de idade, que integram o projeto.

 

Instituição desenvolve várias ações para integrar pessoas autistas

Esta não é a única iniciativa desenvolvida pela instituição. Na lista contam-se o “Vida Ativa – Atelier’s Funcionais”, que promove atividades de vida diária com vista à integração de jovens e adultos no mercado de trabalho; “Capacitar para Reabilitar”, vocacionado para a realização de terapias especializadas, como Psicologia, Terapia da Fala ou Psicomotricidade; aulas de natação e “Oficinas de Promoção de Competências” para a concretização de atividades lúdicas e pedagógicas.

No entanto, a situação sanitária veio prejudicar estas atividade e todas as outras desenvolvidas pela APPDA. “As atividades que nos permitiam angariar fundos, como seminários, feiras de artesanato ou caminhadas, foram fortemente atingidas pelos efeitos da pandemia. Só agora nos está a ser possível reestruturarmos e readaptarmos todas as nossas atividades”, diz a direção da Instituição Particular de Solidariedade Social.

Apesar destes condicionalismos, a associação encontra-se em fase de crescimento. Durante este ano, “contamos abrir duas instalações novas e mais amplas, uma em Setúbal e outra na Quinta do Conde, mas ainda estamos numa fase em que necessitamos de apoio de mecenas para terminar as obras e equipar os espaços”, conclui.