André Martins abre porta a apoios para combater fragilidades sociais

Infância, pequenas e médias empresas, famílias com crianças e jovens em idade escolar e instituições de solidariedade social identificados como setores mais vulneráveis. Reforçar apoios à pesca, pescadores e professores considerado prioritário.

As consequências da crise económica e financeira internacional que se fazem sentir no nosso país, com um exponencial aumento da inflação para níveis nunca vistos em décadas e que provoca dificuldades e uma autêntica ginástica financeira às empresas e aos agregados familiares, está a ser encarada com muita atenção pela câmara de Setúbal, segundo André Martins.

“Não há dúvidas de que, com o agravamento da crise, é necessário que sejam tomadas outras medidas”, sublinhou o autarca, numa intervenção na última sessão da Assembleia Municipal, realizada a 30 de setembro, considerando importante juntar apoios a nível local aos de âmbito nacional decididos pelo Governo.

André Martins assegurou que a autarquia tem já “identificadas as áreas com maiores fragilidades”, sendo importante encetar apoios à “infância, a diversos setores da atividade económica, famílias com crianças e jovens em idade escolar e instituições de solidariedade social.”

De igual modo, o presidente diz ser prioritário reforçar o apoio à pesca e aos pescadores, e também ao ensino, nomeadamente aos professores, considerando fundamental “garantir a sua presença nas escolas e as melhores condições para a educação das crianças e jovens”.

Na última Assembleia Municipal destacou ainda ser de igual importância a “concretização de medidas que assegurem menos penalizações dos custos” para as empresas, “em particular as pequenas e médias”. André Martins pediu ainda que se “evite a desvalorização dos salários e das pensões”.

André Martins espera contributos da oposição

Tendo em conta estas preocupações, o autarca mostrou disponibilidade para dialogar com todos os partidos representados na assembleia, para que “possam dar o seu contributo na tomada de medidas para minimizar o efeito da crise no nosso concelho”.

O edil setubalense considera que o Orçamento Municipal (OM) 2023 “deve traduzir uma vontade e uma capacidade efetivas para fazer face a situações de maior fragilidade social”.

André Martins, no entanto, acautelou que a elaboração do OM deve atender à “conjuntura macroeconómica preocupante e incerta”, sendo preciso ter em conta “a escalada inflacionista”.

O líder da autarquia sadina alertou para as repercussões nos preços da energia e das matérias primas, bem como na contratação de serviços e obras, a qual “se reflete em toda a atividade da câmara municipal”, sendo, disse, de suma importância que o futuro orçamento seja “equilibrado e proporcione uma resposta eficaz às adversidades que se avizinham”, apelando ao diálogo com os restantes partidos.

O presidente deixou alguns avisos sobre a elaboração do orçamento para 2023, relembrando a estabilidade financeira da autarquia. “Não podemos permitir que se volte à situação financeira da câmara de 2002 e 2003”, sublinhou André Martins, num claro recado à oposição.