Autoeuropa garante 100% do salário e subsídio de turno a trabalhadores em “lay-off”

A empresa e a Comissão de Trabalhadores (CT) acordaram o pagamento de um “complemento da contribuição retributiva legal a 80% da remuneração base”, com os restantes 20% a serem compensados com `down days’ (banco de horas)”, que, como consta do Acordo de Empresa (AE), também são pagos na íntegra pela Autoeuropa.

Os trabalhadores da Autoeuropa em “lay-off” nas paragens previstas para junho e julho, no âmbito de uma reestruturação para produção de novos modelos e descarbonização da fábrica, vão receber 100% do salário e subsídio de turno, foi anunciado na passada sexta-feira.

Segundo um comunicado da administração da fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela, no distrito de Setúbal, a empresa e a Comissão de Trabalhadores (CT) acordaram o pagamento de um “complemento da contribuição retributiva legal a 80% da remuneração base, com os restantes 20% a serem compensados com `down days’ (banco de horas)”, que, como consta do Acordo de Empresa (AE), também são pagos na íntegra pela Autoeuropa.

“Estas paragens de produção serão essenciais para iniciar um conjunto de investimentos cruciais para a produção de modelos futuros, assim como para a descarbonização da Volkswagen Autoeuropa, tendo em vista a redução do seu impacto ambiental, adaptação tecnológica e cumprimento das normas ambientais”, lê-se no comunicado.

A empresa diz ainda que se trata do “primeiro passo para que a Volkswagen Autoeuropa reduza em cerca de 85% as emissões de CO2, alinhando-se desta forma com a estratégia ‘Zero Impact Factory do Grupo Volkswagen'”.

A Autoeuropa tinha informado a CT, no passado dia 9 de maio, de que pretendia avançar com conversações para a aplicação do “lay-off” num período de oito dias no mês de junho e de 13 dias no mês de julho, no âmbito da estratégia de modernização e descarbonização da fábrica de Palmela.

Como recorda o coordenador da CT, Rogério Nogueira, aquele órgão representativo dos trabalhadores advertiu, desde logo, a empresa, de que não iria aceitar penalizações salariais.

“A Comissão de Trabalhadores, com este entendimento, atingiu o principal objetivo que sempre defendeu, de garantir os 100% do salário dos trabalhadores. Tendo em conta o contexto da aplicação deste “lay-off”, uma reestruturação da fábrica, nunca iríamos aceitar cortes nos salários”, disse à agência Lusa Rogério Nogueira.

De acordo com um comunicado interno da CT, que também foi divulgado hoje, o pagamento do salário e subsídio de turno aos trabalhadores em “lay-off”, será assegurado com o pagamento de 46,6% do salário e subsídio de turno pela Segurança Social, e de 33,4% pela empresa, sendo os restantes 20% compensados através de “down days”, que, na prática, também são pagos pela Autoeuropa.