Processo deve dar entrada no dia 17 e a decisão final será conhecida em setembro de 2025. Apontam-se vantagens económicas, ecológicas e sociais.
A Arrábida poderá ser declarada em breve Reserva da Biosfera da UNESCO. A candidatura, a cargo da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), deverá ser entregue no dia 17 à Comissão Nacional da UNESCO, mas a decisão final só deverá ser conhecida no verão do próximo ano. Valorizar a região em termos económicos, sociais, ecológico, educativo e cientifico é o objetivo principal a atingir.
Falando ao Semmais sobre as vantagens desta candidatura, a secretária geral da AMRS, Sofia Martins, disse que “para o nosso território é uma oportunidade de trabalhar de forma integrada e mais consequente. É verdade que os municípios proponentes, o ICNF, e muitas outras entidades já desenvolvem muitas ações positivas na Arrábida, mas existe uma vantagem evidente em ter uma organização que ajude a concertar as ações e os objetivos comuns”. “Existe também a vantagem de poder acrescentar investimento no território, para cumprir as três funções essenciais das Reservas da Biosfera (conservação, apoio logístico e desenvolvimento económico, social e cultural) com a captação de fundos disponíveis para o efeito. Outra das vantagens evidentes é a possibilidade de um maior envolvimento das comunidades locais, quer na gestão, quer nas ações plasmadas no Plano de Ação da Reserva, aumentando assim o usufruto deste território magnífico, mas de forma muito mais consciente dos valores que aqui se inscrevem, contribuindo assim para a sua sustentabilidade”, acrescentou.
A mesma responsável da AMRS disse acreditar na importância internacional da Arrábida, afirmando que “este território tem características únicas e um potencial imenso de trabalho e que, atingindo os objetivos propostos, temos condições de ser um exemplo para outros territórios e dar um contributo muito positivo para a Rede Nacional e Mundial de Reservas da Biosfera, bem como com essas redes aprender e conhecer experiências”.
Sofia Martins nega, contudo, que a classificação da Arrábida seja um pretexto para fechar mais a serra às populações e às suas atividades. “Não se pretende com a Reserva da Biosfera, acrescentar novas limitações ou restrições ao usufruto deste território, mas sim harmonizar os seus usos com a necessidade imperiosa de salvaguardar os seus valores naturais e culturais. Isso exige um imenso trabalho de concertação e sensibilização, por um lado, e de aprofundamento de conhecimento e experimentação de novas soluções, por outro”, referiu.
Quem integra a Comissão Técnica
A Comissão Técnica da Arrábida é composta por técnicos da AMRS, dos municípios de Palmela, Setúbal e Sesimbra e do ICNF. Esta comissão já finalizou o processo de auscultação pública e vai agora remeter o dossier da candidatura da Arrábida a Reserva da Biosfera. O mesmo seguirá para os órgãos executivos dos cinco proponentes para deliberação. “Contamos que entre dia 14 e 17 de junho seja possível submeter a candidatura ao Comité Português do programa ”Man and the Biosphere” da Unesco, e que em setembro deste ano o Governo possa submeter a candidatura na UNESCO. Em setembro de 2025 a UNESCO anunciará a decisão”, explicou Sofia Martins.