Jovem fadista apresenta um vasto reportório com temas que marcaram a sua vida, trazendo ainda a palco letras de poetas do Montijo, reafirmado as suas raízes montijenses.
Tiago Correia assinala os 15 anos do seu percurso artístico com concertos esta sexta-feira e sábado na Casa da Música Jorge Peixinho, no Montijo.
“Neste espetáculo vou procurar cantar poemas de poetas do Montijo que nunca ou quase nunca foram cantados nos fados, como o Joaquim Serra que foi um grande homem ainda do tempo da Aldeia Galega. Fui descobrir os seus poemas e destaco um que escreveu há 100 anos para uma namorada e que se chama “Os seus lábios”. A importância de cantar Joaquim Serra passa pelo poema me dizer muito, achar que casa muito bem com a melodia que escolhi e, também, o facto de ser da minha cidade e dar nome à escola onde estudei. Depois vou também cantar o primeiro poema que fiz aos 14 e nunca cantei”, conta em conversa com o nosso jornal.
Para o artista, além da efeméride, este espetáculo tem uma grande carga simbólica e serve para reafirmar as suas origens e raízes. “São dois concertos muito importantes. Vou cantar tudo aquilo que fez parte do meu percurso como fadistas e poeta e também poetas e fadistas do Montijo, que foram as minhas referências, e ainda temas do meu último álbum, “E Decididamente”, publicado em 2021.”, acrescenta.
Os 15 anos que são celebrados marcam a primeira aparição pública do artista, que cedo se apaixonou pelo fado. “É um percurso de muita aprendizagem. Tudo começou com o meu avô, que gostava de ouvir o grande fadista Fernando Farinha e me mostrou a sua obra. Fiquei absolutamente encantado e apaixonei- -me pelo fado. A partir daí fui ouvindo outros mestres como Amália, Alfredo Marceneiro e Fernando Maurício, Carlos Ramos e a paixão foi crescendo, assim como a vontade de cantar”, conta.
“Para mim a tradição é muito importante e ajuda a construir para a frente. Cruzamos o passado com o presente para deixarmos algo de novo para o futuro. É isso que procuro fazer em palco”, revela.