Festival Terras Sem Sombra chega a Sines com Aratos Trio

Composto por Katarina Popovic, Mihailo Samoran e Vladimir Vanja Scepanovic, o trio apresentam-se amanhã à noite no Centro de Artes. Certame promove ainda visitas guiadas.

Sines acolhe este fim-de-semana, três atividades no âmbito do Festival Terras Sem Sombra, certame que, organizado pela Pedra Angular, dinamiza desde maio vários concelhos alentejanos.

Nesta 20.ª edição, o certame leva ao Centro de Artes um concerto e duas visitas guiadas, uma sobre o património edificado e outra dedicada ao património natural. “Sines é para nós uma referência muito importante. Não só por integrar a programação do festival desde o início, mas também porque é um sinal de modernidade. Estamos a falar de uma localidade que ao longo de décadas, mas em especial no nosso tempo, tem tido experiências artísticas interessantes e muito voltadas para as vanguardas. É um sítio muito especial, desse ponto de vista”, diz ao Semmais José António Falcão, diretor geral do evento.

O cartaz dedicado à cidade contempla um concerto, pelas 21h30, do Aratos Trio, que viaja desde a Sérvia com os artistas Katarina Popovic (violino), Mihailo Samoran (clarinete) e Vladimir Vanja Scepanovic (piano).

Antes do espetáculo musical, o Centro de Artes assume um protagonismo diferente, já que a sua arquitetura e estilo vão estar em análise e discussão numa visita guiada por Jorge P. Silva, coordenador do projeto do equipamento. No domingo, a partir das 9h30, o património natural ocupa a programação, através de uma visita à Praia de Morgavel, numa atividade guiada por Carlos Pinto Gomes e Catrina Meireles, professores da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora.

A decorrer até ao primeiro fim-de-semana de dezembro, passando depois de Sines por Montemor-o-Novo, Arronches, Beja e Alcáçovas, desde 2003 que este certame tem oferecido uma vasta programação cultural ao Alentejo. “Vivemos ainda num país bastante assimétrico no que toca à oferta cultural qualificada. Vemos isso na programação da música dita erudita. A nossa preocupação era no Alentejo atenuar essa assimetria e construir uma programação cuidada e de alto nível, para que as pessoas que não vivem nos grandes centros passassem a ter acesso a estes artistas e espetáculos, a algo que as enriqueça na formação da sua consciência cultural”, explica José António Falcão.

Este ano o festival associa-se aos 50 anos do 25 de Abril, reforçado a ideia que tem trabalhado desde 2003, do acesso alargado da população a este tipo de programação cultural. “Era para nós muito importante, aproveitando o cinquentenário da revolução, assinalar este movimento para valorizar o Alentejo, assinalar esta ideia de liberdade, uma liberdade de acesso à música e à cultura em geral. No nosso país continuamos a ter cidadãos excluídos de uma programação musical e cultural alargada e de qualidade”, acrescenta o mesmo responsável.