Apanhados!

Numa altura em que os portugueses precisavam de lideranças carismáticas e inspiradoras para ultrapassar uma fase negra da história nacional, por ventura das mais negras, deparamos com figurinhas de projeção nacional, que desempenham altos cargos na administração pública, em posições-chave, e que nos envergonham até ao tutano. Não há outra forma de o dizer. Insólito, surreal e inacreditável! A seriedade da mensagem exigiria mensageiros à altura. Refiro-me, naturalmente à troca de compotas durante as visitas no quintal e ao pequeno-almoço natalício. Ridículo!

Mas o primeiro-ministro de Portugal não ficou atrás. Este, consegue envergonhar a língua de Camões. Já todos percebemos que a sua dicção é péssima, engolindo compulsivamente sílabas com uma fome voraz, o que já é intolerável. Mas no anúncio do sétimo estado de emergência, Costa bateu todas as expectativas dizendo exatamente o contrário do que pretendia dizer. Não preparou a mensagem porque não respeita os portugueses, a quem se dirige numa postura de infantilização.

Os interlocutores governamentais contraíram um vírus para o qual não há vacina nem cura: desrespeito pelos portugueses. Cabrita – aquele que já não é ministro e é o único que ainda não sabe – personifica a falta de tudo: de respeito, de vergonha, de dignidade, de responsabilidade … e não vale a pena continuar. Pedro Nuno Santos, o Peter Pan do PS – versão burguesa – foi ver os aviões à casa da democracia e acabou incendiado pelo primeiro-ministro, numa desautorização em toda a linha, bem à maneira da prepotência de Costa. Marta Temido e Graça Freitas, essa “dupla maravilha” têm interpretados os melhores contos infantis aos portugueses… os meus preferidos são “a mentira escandalosa sobre a vacina da gripe” e “onde param os ventiladores?” Best sellers! No mundo da alta finança, Leão é um gatinho doméstico que se conformou com a capa da invisibilidade. Quanto mais passar despercebido, melhor. O ministro da educação, esse pensador, tirou uma licença sabática e oxalá prolongada, porque as escolas já provaram que conseguem gerir as crises sozinhas. A segurança social anda a reboque das Uniões das IPSS, sem nenhuma capacidade de liderança, planeamento ou prevenção.

Na capital do Alentejo, Évora, discute-se o projeto do Rossio. Do que sei, a sua pobreza arrepia. Sem apontamentos inovadores, sem arrojo, sem visão para a “capital da cultura” que ambiciona ser, sem estratégia, sem ideias. Évora definha às mãos de um executivo depauperado e uma plateia passiva.

Entretanto, na Casa do Alentejo, os deputados da república eleitos pelo PS no círculo do nosso amado distrito, e um conjunto de comparsas, em número superior ao permitido pelo estado de emergência, resolveram repastar e gravar o momento para a posteridade. Não fosse o caso de haver duas versões: a fotografia pública e oficial para a comunicação social, em que são cumpridas as normas de segurança instituídas e a outra fotografia, a da vaidade Facebookiana… Aquele momento Kodak, que não passou despercebido aos eborenses. É caso para dizer “apanhados!”

Sónia Ramos
Presidente da Comissão Politica Distrital do PSD de Évora
Membro da Assembleia Municipal de Montemor-o-Novo