Évora a Saque

Nos últimos anos, Évora tem sido votada ao maior abandono de que há memória por parte da autarquia. Atrevo-me a dizer que o mandato em curso (da CDU) é o mais desastroso desde que há poder local. Carlos Pinto Sá não seduziu Évora. Não teve essa capacidade. Nem o PCP de Évora lhe permitiu tal ambição. Quiçá a rivalidade bacoca entre os dois concelhos se tenha infiltrado também na política… o que é certo é que o edil não empunha uma única bandeira que lhe permita pedir o voto nas próximas eleições. Zero. Património, urbanismo, limpeza e higienização, mobilidade, transportes públicos, habitação social, são alguns exemplos da incompetência na gestão das pastas autárquicas.

Mas há mais: políticas de juventude, ação social, educação, padecem de uma visão raquítica que nunca servirão de elevador social. E a liderança ao nível das parcerias que a autarquia deveria protagonizar está longe de ter algum rasgo de inspiração. Também ao nível do desenvolvimento económico e atração de investimento, a autarquia merece cartão vermelho. Nesta matéria em particular, estabeleço um paralelo com a cultura organizacional que Sá incentivou no meu município (Montemor-o-Novo) e que grassa até hoje. Investidores? Quanto mais longe, melhor. É o lema. E tem produzido frutos. A contabilidade eleitoral é algo muito sério para ser desequilibrado por quem tem a coragem de criar emprego em Portugal. A escola comunista sabe disso. É por isso que “guarda” os territórios como um feudo. É por isso que não tem qualquer política de atração de investimento, de mão-de-obra qualificada, ou de atração de residentes. A escola comunista não lida bem com aquilo que não consegue dominar. É por isso, também, que temos o Alentejo a definhar… porque o poder local nunca se importou com a desertificação, aliás, de muitas formas, subtis e complexas, a incentivou e promoveu. Agiu por omissão.

Não foi só o poder central e os sucessivos governos que faliram o projeto alentejano. Foi também, com igual responsabilidade, o poder local. Autarcas como Carlos Pinto Sá, que a coberto de uma suposta abertura de espírito (?!) financiam os agentes culturais para fingir que ser comunista… é ser mais alto, como o poeta. Mas de facto, o que pretendem é fidelizar, fidelizar, fidelizar. E cultura é liberdade! Autarcas como Carlos Pinto Sá… que vê apenas nas associações culturais e recreativas o seu eleitorado, desprezando todos os outros. Que não teve o arrojo nem a competência de transformar a relíquia que é Évora, num vídeo promocional que estivesse à altura da beleza e do encantamento da cidade. De facto, o lançamento da candidatura de Évora a cidade europeia da cultura… foi a deceção da década! Bem como o projeto de requalificação do Rossio… que os comunistas querem transformar num passadiço. Carlos Pinto Sá, deixou Évora a Saque… tal como a deixaram a saque os socialistas, que mais não fizeram que falir o Município. Feito, aliás, em que o PS é pródigo!

Está na hora dos eborenses se libertarem desta geringonça!

Sónia Ramos
Presidente da Comissão Politica Distrital do PSD de Évora
Membro da Assembleia Municipal de Montemor-o-Novo